Resumo
O objetivo principal deste artigo é analisar o envolvimento de militares com pesquisa e ensino no CBPF, iniciado em meados dos anos 1950. Através das passagens do general Argus Ourique Moreira e do coronel Antonio José Duffles de Amarante pelo Centro, concomitantemente aos seus vínculos a instituições e projetos de pesquisa militares, percebemos uma circulação de ideias, projetos e instrumentos científicos que pode ser entendida como uma tentativa de alinhamento entre as estruturas militar e científica no Brasil. Além disso, através da análise da circulação institucional dos homens de farda aqui citados, é possível comparar as características de ensino e pesquisa no meio civil e no meio militar. O conjunto de elementos que analisamos leva-nos à conclusão de que a presença de militares em projetos de pesquisa no CBPF se justifica por um papel muito mais de execução e de apoio a investigações realizadas por físicos do Centro do que o de uma participação eminentemente criadora e/ou inventiva por parte dos militares.