Resumo
Neste trabalho analisamos o surgimento das práticas de pesquisa científica no Brasil no campo da física. Nossa intenção é demonstrar que desde muito cedo duas imagens de ciência estiveram em disputa. Por um lado uma narrativa utilitarista defendia a ciência como instrumento de desenvolvimento e progresso nacional. Por outro, nomes como Lias e Morize sustentavam uma ideia de pesquisa básica e ciência pura. Investigamos o papel de José Leite Lopes na institucionalização da física no Brasil, bem como a relevância de sua função na superação da dicotomia entre as duas imagens de ciência. Leite Lopes pensava a ciência tanto como uma forma de libertação social e produção do bem comum quanto uma atividade sublime de busca da verdade e da beleza.